quarta-feira, 14 de junho de 2017

Entrevista com o Escritor Daniel Nonohay

Entrevista com o Escritor Daniel Nonohay

Olá queridos leitores!!!

Vamos de entrevista😊

Hoje trago a entrevista que fiz com o Escritor Daniel Nonohay, ele é autor do livro maravilhoso Um Passeio no Jardim da Vingança.
Um Juiz do trabalho, que se tornou escritor,nossa ele tem muito á nos contar.
Para começo de história, amei seu livro da capa ao fim, surpreendente, e breve postarei minha resenha dele.

Então vamos conhecer esse talento Brasileiro.



Daniel Nonohay
Escritor 
Nasceu em 1973 e mora em Porto Alegre. É casado e pai de duas filhas. Juiz do trabalho, escreveu o seu primeiro romance à mão, em dois cadernos pautados, quando tinha 17 anos. É autor de artigos técnicos, na área do Direito, e políticos que foram publicados em livros, jornais e sites. Organizou livros de coletâneas. É colorado. Atuou como professor e é pós-graduado em Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito Previdenciário. Foi Presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho do Rio Grande do Sul. Atualmente, aproveita cada segundo livre para escrever, a sua grande paixão (depois, é claro, das “suas mulheres”).

Vamos as perguntas😉

1.Quando você descobriu que era Escritor, que queria se dedicar à esse mundo da escrita?
Eu sempre fui apaixonado pela leitura. Desde criança. Comecei com histórias em quadrinhos e para os livros. Meu pai e minha madrinha liam muito. Fui favorecido com estes exemplos e com a facilidade de acesso à literatura, algo muito raro em nosso país.
Era uma época pré-internet, pré-videogame e com televisão aberta restrita a quatro ou cinco canais, quando o sinal pegava. Dependendo onde você morasse, sequer TV aberta havia. A criança não tinha muitas opções para fugir da realidade, principalmente quando estava sozinha em casa. As revistas e, depois, os livros eram as portas que te levavam para outros mundos.
Minha paixão por literatura me levou a querer ser escritor. Assim, posso dizer que sempre quis ser escritor, assim como quis ser juiz.  A vida, contudo, impõe-nos algumas decisões e, por volta dos vinte anos, tive que privilegiar um dos sonhos.
Em verdade, escrever é grande parte do que faço no meu dia a dia na Justiça. Analiso histórias, tento aplicar a lei de uma forma justa e dar solução às controvérsias. Óbvio que a escrita técnica é diferente, mas a tentativa de buscar clareza, lógica e precisão é a mesma, seja na sentença, seja em um suspense, seja em uma crônica.
De certa forma, tudo está interligado. Passam pelos meus olhos, nos processos, milhares de tragédias e comédias. Finais felizes e finais tristes. Histórias que servem como um manancial praticamente inesgotável para o escritor minimamente atento. Se eu escrevesse sobre algumas delas, o público certamente acharia o texto inventivo ou “forçado” demais. Como se diz, a realidade não tem compromisso com a coerência e os casos que analiso me lembram disso a todo momento. Se você é alguém que presta atenção ao seu redor, a realidade é um lugar incrível de se viver.
Passados dezesseis anos da minha posse como juiz, eu resolvi finalmente atender a minha necessidade de contar aquelas histórias que fluíam, mesmo sem eu as provocar, nos mais estanhos momentos.

2.Como costuma surgir sua inspiração? Tem horários especiais?
Eu acredito em rotina, organização, concentração e persistência.
A inspiração existe. Eu sei quando estou inspirado. A escrita flui melhor e mais rápida. As ideias jorram e eu quase não consigo acompanhá-las. A inspiração, contudo, é traiçoeira. Aparece quando quer e em horas improváveis. O ideal é que ela lhe pegue prono para escrever.
De qualquer modo, para escrever obras maiores, você não pode contar com a inspiração. Deve contar com a constância do seu trabalho, que deve ficar no mínimo bom mesmo sem ela. 

3.Que critérios você usa para criar seus personagens? Em pessoas reais ou fatos?
A construção de personagens sólidos é essencial para a verossimilhança da história. Com personagens consistentes, o livro praticamente caminha por si só. O escritor, neste processo, torna-se um companheiro dos seus personagens.
Se você consegue criar personagens assim, basta colocar os contextos e eles respondem, levando a trama, inclusive, para locais que não imaginou previamente. É algo muito semelhante ao que Stephen King fala em seu livro Sobre a Escrita, na parte em que comenta o seu processo criativo.
Esta construção pode ter como base pessoas que conhecesses, mas não gosto da transposição de “cópias” de personalidades reais para o papel.
Por exemplo. Um Passeio no Jardim da Vingança gira em um meio, o jurídico, que frequento. Vários conhecidos, ao lerem o livro, tentam identificar quem inspirou cada personagem. Na verdade, não são inspirados em ninguém, individualmente. Essa inspiração facilitaria a construção do personagem, pois ele já está delineado na vida real, mas limita muito a narrativa. Você perde a naturalidade da escrita. Mesmo inconscientemente, não queres fazer o seu amigo, que lerá o livro depois, assim como a família dele, ser um calhorda ou um anjo. Não quero este tipo de interferência no desenvolvimento da obra.
Interessante que, exatamente pela ação dos personagens, a evolução do Passeio ficou diferente da história que imaginei, originalmente. Eles não respondiam satisfatoriamente ao que eu tinha projetado. Determinadas reações ficariam forçadas ou contraditórias com o desenvolvimento de personalidade que eles tiveram no curso da trama.
No livro que atualmente estou escrevendo, tentei quebrar esta regra e não consegui. Um dos personagens era inspirado no meu pai. A história começou a ficar artificial. Não fluía. Assim, mantive apenas algumas referências, redesenhei o personagem e consegui seguir em frente.

4.Ouve algum Escritor (a) que lhe inspirou? Qual?
Pergunta difícil.
Gosto de escritores de frases curtas, diretas e significativas, como o Hemingway. Escrever assim é um desafio. Caso consigas, o texto resultante é claro e translúcido, deixando espaço para a história fluir. Gosto, também, do estilo simples e eficiente do Haruki Murakami. Entram na lista, ainda, por outros atributos, Philip Roth, Philip K. Dick e George RR Martin.
Se eu fosse obrigado a escolher apenas um, seria o Stephen King. Eu o leio desde adolescente. Mesmo mudando com as naturais modificações de gosto que ocorrem no correr da vida, sempre o considerei um ótimo escritor e sempre tive prazer com seus livros. Isto tem um significado.  King constrói bem seus personagens e consegue fazer você acreditar e se divertir com as ideias e histórias mais estapafúrdias.
       
5.Qual seu sentimento referente suas estórias?
Eu sou o meu primeiro leitor. Tenho que gostar da história quando a escrevo e, depois, quando a leio. Óbvio que vejo defeitos, inconsistências e outros problemas no texto, mas isso não pode se sobrepor à “diversão” neste processo. Isto vale para comédias, dramas e todos os outros gêneros.
       
6.Como e quando surgiu Um Passeio no Jardim da Vingança? 7. Qual o tempo de criação de Um Passeio no Jardim da Vingança? E quais os contratempos?
Há cerca de três anos, decidi que estava na hora de escrever ficção de forma “séria”.
Entre a decisão e a última revisão, o processo de escrita demorou cerca de dois anos. Como escrever não é minha principal ocupação profissional, tinha que encontrar tempo à noite, nas férias e nos finais de semana. Apesar do pouco tempo disponível, foi um processo divertido, de descoberta de técnicas de escrita e de autoconhecimento.
Como surgiu?
Personagens com moralidade duvidosa e fortes motivações sempre me atraíram. Retirar tudo de alguém e deixá-lo vivo, somente agarrado ao desejo de vingança, é uma posição de onde se originam grandes histórias, como a de Edmond Dantés, em O Conde de Monte Cristo.
Paralelamente a isso, como disse, escrevo o que gosto de ler e tenho predileção por histórias de ficção científica e fantasia. Elas permitem um exercício maior de criação pelos autores, pois, além da história em si, dos personagens e de outros elementos, há uma exigência de construção detalhada do enredo e do mundo no entorno dos personagens
Como terceira fonte para a construção da história utilizei um meio, o jurídico, que frequento há muitos anos por ser juiz. Como diz Tolstói, fale da sua aldeia e estarás falando do mundo.
Esses foram os ingredientes que coloquei no caldeirão onde fiz o Um Passeio no Jardim da Vingança.

8.Além de ser  escritor,  exerce outra profissão?
Sim. Como referi, sou juiz do trabalho.

9.Você já recebeu crítica negativa da sua obra? Como reagiu a tal situação?
Recebi, embora menos do que pensei que fosse receber.
Um Passeio no Jardim da Vingança é o livro que eu queria ler. Não fiz concessões para facilitar a leitura ou a venda. A verdade nele é crua, há cenas muito fortes e são abordados temas, como religião e sexualidade, tabus para muitos. A forma de construção, com múltiplos focos narrativos e cronologia alterada também não a tornam uma obra “para iniciantes”.
Encaro todas as críticas com naturalidade e tento vê-las pelo lado positivo, subtraindo o que elas têm de verdadeiro.   

10.Além de Um Passeio no Jardim da Vingança, quais obras você já escreveu?
Quando eu estava cursando a faculdade de direito, arranjei um trabalho como representante (vendedor) de produtos químicos e siderúrgicos na empresa de um amigo. Naquela época, afora quando estava no telefone vendendo ou operando a máquina de telex (uma precursora do fax e do e-mail), não tinha nada para fazer. Ou lia ou ... escrevia. E foi o que fiz. Meu primeiro livro saiu ali, escrito à mão, em cadernos pautados. Nunca foi publicado e nunca será.
O livro, chamado O Analista, passava-se no Brasil, em 2028, e trabalhava com a hipótese de Maluf ter ganho as eleições de 1985 e de não ter dado certo a distensão democrática. O personagem principal era um mercenário, contratado para operar uma célula terrorista em Porto Alegre.
A ideia da história, para a época, era interessante, mas foi uma obra de formação. Quase um exercício para aprender como se escrevia um livro. Era preciso muita persistência para escrever obras grandes antes do processador de texto. Eu escrevia a mão, revisava, reescrevia em outro caderno. Depois, datilografava. Por essas e por outras coloco o processador de texto no meu altar de adoração.
Hoje em dia escrevo, semanalmente, crônicas que publico no meu site (www.danielnonohay.com.br), bem como em jornais e revistas diversos. Faço, ainda, críticas de cinema e resenhas literárias para os sites NoSet (http://noset.com.br), Homo Literatus (http://homoliteratus.com) e Novo Nerd (http://novonerd.xpg.uol.com.br). Confiram e indiquem!



11.Qual o sentimento de ter seu livro publicado pela Editora Talentos da Literatura Brasileira?
A Editora Novo Século, por meio do selo Talentos da Literatura Brasileira, atende a um nicho de mercado “carente” no Brasil. Escritores iniciantes, com algum capital, que querem fazer uma parceria para o lançamento da sua obra, sem aguardar um período longo e incerto para a publicação
A editora atendeu às minhas expectativas. A revisão, edição e impressão do Um Passeio no Jardim da Vingança foram ótimos e estou satisfeito com a relação que mantenho com a Editora.

12.Qual a mensagem que você deixa para seus leitores?

Fundamentalmente, espero que os meus leitores sejam tragados pelo universo do livro e que se divirtam neste processo. Meu objetivo sempre foi este: criar e contar uma boa história. A ideia de outros compartilhando esta história é fantástica. Leiam, critiquem e comentem. Na medida do possível, responderei a todos os que me contatarem.

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Nossa gostei muito de sua entrevista Daniel, quero agradecer pelo tempo disponibilizado, desejo que sua obra alcance todo sucesso possível.
E que venham novas histórias, por que estou ansiosa para ler mas obras suas.
Muito obrigada mesmo.

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Para saber mais sobre o Daniel e seu Livro, basta acessar os links a baixo.



Bom queridos, por hoje é só, nos vemos em breve.

Até a próxima,
Um Bjo e um Xero da Pry😘😘😘😘


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